sábado, 28 de maio de 2011

A relação entre mediunidade e loucura .

                                 Quero mencionar o trabalho do Dr. Alexander Moreira de Almeida, psiquiatra formado pela escola de medicina da USP, que  através de exames tradicionais para a psiquiatria  quis trazer resultados reais sobre o assunto. Transcrevo, na integra , o resultado da pesquisa :" Conclusões: Os médiuns estudados evidenciaram alto nível socioeducacional, baixa prevalência de transtornos psiquiátricos menores e razoável adequação social. A mediunidade provavelmente se constitui numa vivência diferente do transtorno de identidade dissociativa. A maioria teve o início de suas manifestações mediúnicas na infância, e estas, atualmente, se caracterizam por vivências de influência ou alucinatórias, que não necessariamente implicam num diagnóstico de esquizofrenia."- Tese Fenomenologia das experiências mediúnicas, perfil e psicopatologia de médiuns espiritas 22/02/2005, USP.

                              Calma, parece que ele não discorda da possibilidade de esquizofrenia, eu sei, mas vamos a algumas luzes na questão:
Esquizofrenia e psicose são hereditárias, em todos os seus graus. Distúrbios de comportamento também, como o distúrbio bi-polar (o antigo maniaco depressivo) Essas patologias são verificáveis em exames físicos do cerebro, a mediunidade ainda não.
                              Dada a imensa variedade de possibilidades genéticas, é perfeitamente possível ser esquizofrênico e médium , bi-polar e médium, psicotico e médium. Desgraça pouca é besteira. Estar em depressão e ser médium, estar com crise de ansiedade e ser médium, levar um fora e ser médium, e por ai vai, pois o médium é um cara como todo mundo sujeito a incríveis consequências por estar 'vivo' ( e outras mil  quando esta 'morto').
                              O Dr Alexander também verificou que médiuns que estão trabalhando sua mediunidade estão mais integrados a sociedade que vivem, tem menor indice de desemprego, portanto isso mostra inserção social, e se consideram mais felizes. Ele não fez pesquisa com médiuns que não estão trabalhando sua mediunidade, porque eles não querem falar a esse respeito! Fica difícil fazer um parametro de pesquisa, mas o doutor está trabalhando nisso , até onde sei, na Faculdade de Medicina de Juiz de Fora ,Minas Gerais. Se quiserem saber mais a respeito, façam seu trabalho de casa e pesquisem (googlear virou verbo né?).
                               A maioria das pessoas que me perguntou, gostaria de entender qual a diferença entre a alucinação e a visão de algo 'real'. Existe sim diferença, muita. Provei isso quando , há  anos atrás  tive pneumonia. O médico me receitou , se não me engano, Fluicis, um antibiotico potente. Eu tinha febre muito alta e estava completamente sozinha na casa, apenas um amigo vinha me trazer comida e ver se estava tudo bem duas vezes por dia. Em determinado ponto  escutei música, e acordei para ver de onde vinha o som, pois não havia eletricidade na propriedade naquela época! Sai na varanda e vi, a cores e HD, aquela escada de anjos que" leva para o céu". Durou horas e era diferente de quando via mediunicamente algo.
                              Eu pensei " é agora , enlouqueci, danou-se". Falava com esses anjos e não havia resposta,  gritava para desligar a musica e não fazia diferença. Depois que a febre cedeu, pude ler a bula do remédio ( leio todas as letras miúdas) e lá estava o efeito colateral: alucinação. Perguntei ao médico, quando voltei ao hospital, e ele confirmou a frequência  de casos assim com o dito antibiótico , mas cada um alucina do jeito que quer. Eu vi a escada de anjos  tocando musica.  Também havia tido um episodio mais leve com a morfina que  precisei no parto do meu segundo filho. Em um minuto a dor desapareceu e um imenso e fofo dragão cor de rosa passou na minha frente. Era o dragão da madame Min e do mago Merlin no desenho do rei Artur da Disney. Eu ria  e pedia para a enfermeira dar um 'daquilo' para meu marido. Ele me olhava estupefato pois eu estava completamente zureta. Eu tinha consciência de estar vendo uma coisa não certa, não normal. Perguntei ao médico e ele disse que essa reação a morfina é rara, mas possível.
                          Já a experiencia de falar com gente morta  de todo tipo, é como falar com 'vivos', você enxerga detalhes da roupa, você fica sabendo de coisas que não poderia saber sozinho, eles não se comportam do jeito que você quer que eles se comportem.
Se você tem duvidas quanto a sua sanidade mental, faça como eu, procure um especialista e faça uma anamnese (um longo questionario e exame físico), eu adoro preencher questionários e ver as respostas. Outra coisa, esquizofrenia , psicose e distúrbio -bipolar podem não ter cura, ainda, mas tem tratamento. Vergonha é ter o recurso na Terra e no Céu e não se tratar. Alzheimer não tem tratamento e isso sim é triste. Mediunidade não tem tratamento, tem treino para controlar os efeitos colaterais.Lamento, mas ainda estamos nesse ponto.