Nunca o vi. Como a maioria dos brasileiros, só ouvi falar . Um familiar meu nunca gostou dele. Era o único que me deu a informação de algo não ser bom, mas todo o resto do mundo falava bem. Tipo...a cada cinco amigos ou conhecidos meus, um havia estado lá em Abadiânia, Goias. Então você repete aquilo que a maioria fala...que é um excelente médium, milagres acontecem...até que não é bem isso.
Minha experiencia com João de Deus foi uma só. Meu marido, então melhor amigo, cinco anos atrás, perguntou minha opinião de estar indo, nos Estados Unidos, onde morava, em um encontro que acontecia uma vez por ano em uma organização muito conhecida pelos palestrantes e curados que se apresentavam anualmente nas dependências deles e João de Deus estaria lá todo ano . Eu respondi que sim, se ele pudesse pagar o que pediam...e passei o que me falaram: médium conceituado, muito bom, etc, mas não conhecia o trabalho dele pessoalmente. Ele queria ver se resolvia o problema da coluna dele. Achei que a experiência seria, no minimo de "ver por si mesmo", melhor que repetir o que escutou falarem.
No dia que meu então amigo foi atendido, ele contou coisas que não combinavam com a literatura espirita, seus estudos, nem codigo de conduta e fiquei quieta. Escutei ele falar da pequena decepção que teve, que não era tão assim como ele, e eu escutamos falar.Dois dias depois, ele me conta que sente "pessoas" mexendo na coluna dele a noite. Achei estranho pois as "trilhas"deixadas ao redor dele não eram de entidades do tipo que se esperaria encontrar ao redor de um medium desse porte. Alem disso, estavam retirando plasma, energia do corpo físico de meu então amigo. Quando você trabalha com esse tipo de tratamento espiritual,é usada energia universal, está disponível tanto quanto o ar ao nosso redor, então para que estavam usando a dele?Pedi que ele dissesse em voz alta que agradecia a intervenção, mas que se retirassem. Não vi essas entidades mais ao redor dele. Conversamos sobre isso, dissemos entre nós, que era uma pena, mas que se houvesse algo, viria a tona publicamente. Veio maior e mais rápido que pensei.
Quando as primeiras denuncias chegaram, logo comentei com meu j[a marido:" o unico que me falou algo negativo sobre o cara tava certo...". Ai pensei, porque todo mundo falava bem? Tá todo mundo errado? Como que tanta mulher vem com a denuncia e nunca escutei falar dele nada sobre isso? Pior, porque não vi isso nas reportagens que havia visto sobre ele? Como não vi isso na aura dele? Fui atras de entender. Vi videos dele de até cinco anos atras, época que meu marido o viu. Havia sim, explicito, nas imagens, toda sacanagem que tá sendo falada dele. Como então eu não havia visto antes? Bom...porque não vejo videos ou fotos dele desde 1998. Hum, mas as denuncias falam de abusos bem antes disso. Fui atrás de videos mais antigos e pude encontrar um de 1989. Vi ele incorporado, tava tudo certo, mas as energias eram já desencontradas. Num video do Fantastico, ele já tinha, sim, investigações contra ele, mas nao havia visto esse video antes, nem pensava nessa assunto. Nunca me interessei tanto para ir atrás. Como todo mundo, fui repetindo o que amigos e conhecidos me falavam: que era milagroso, fabuloso, poderoso e não fui ver por mim mesma. Pulei a minha regra de ANALISE A FONTE...sempre, sempre, sempre.Não os secundários, os tercearios, mas a fonte.
Tinha ainda a última pergunta...ele sempre foi assim ou ficou assim? Nesse video do Fantastico, canal Globo brasileira, de 1989, João de Deus , saindo de uma sessçao de curas no Paraguai, responde a uma jornalista que não fica com nada das doações , que é um rico fazendeiro de gado. Então a ficha caiu. O tipo de fazendeiro de gado a que ele pertence tem uma fama bem enraizada e nada do que tem sido investigado e descoberto sobre ele discorda do que vi esse grupo praticando. Ele tinha as conexões e os métodos desse grupo, criado dentro de uma cultura que conheci bem, e nunca gostei. Se eu soubesse , em 1989 que ele era fazendeiro de gado daquela região, eu teria prestado mais atenção. Existe muito fazendeiro de gado boa gente, mas bem mais os que estão envolvidos em maracutaias e eu teria prestado atenção. Como já repeti várias vezes, você pode ser um cara legal e médium, pode ser chato e médium, e pode ter desvio de comportamento e ser médium e o que as entidade que lhe acompanham vão fazer em relação a sua conduta nem sempre aparece aos olhos fisicos rapidamente. João de Deus é sim médium de incorporação voltado a trabalhos de cirurgia espiritual em um nível que poucas pessoas podem ser, mas é também o que está vindo à tona. Esperamos que, sendo julgado, cumpra a pena que lhe couber. Toda pessoa é responsável pelos seus atos, médiums também.
sábado, 2 de março de 2019
quinta-feira, 16 de março de 2017
Medium , sim, só médium.
É erro comum no Brasil, onde o kardecismo, ou espiritismo (como popularmente chamam) é forte, achar que todo médium é espírita ou umbandista , 'macumbeiro', como a turma chama. Então... não é assim. Sou médium, só isso. Estudei e estudo todas as religiões, Isso mesmo, todas, em maior ou menor grau. Participei de cultos na umbanda, candomblé, no kardecismo, catolicismo,evangelismo, hinduismo, taoismo e vou, com certeza participar de muitos mais.
Pra passar as minhas pesquisas em tom neutro, não estou afiliada a nenhuma religião em particular, mas posso falar sobre todas elas. Você sabe quem são os sufis, os siks? Eu sei. Estudar não só trás cultura , mas, no meu caso explica quem são os espiritos que vejo, como posso interagir com eles e mesmo se devo deixá-los se aproximar.
Sobre o kardecismo, os espíritas, infelizmente , tive minhas restrições, pois quando estava perdida dentro da mediunidade, disseram que só o que Alan Kardec e Chico Xavier escreveram era certo, o resto era espírito baixo. Não concordei com isso, nem que só deviamos falar com espiritos de humanos ascensionados. E os não humanos, como ficava? De fora. Então, eu estava fora da área deles, pensei. Anos mais tarde, soube de alguns centros que não eram restritivos assim, mas já estava no comprometimento com minha própria pesquisa.
Nada que exclua pessoas ou as rotule, ou limite, me atrai. Gosto de pessoas livres, autenticas, felizes, fazendo e arcando com as responsabilidades de seus próprios destinos. Então, sou médium , sim, mas só médium. Já é um rótulo, infelizmente, mas é denominativo e não pejorativo....para mim. Pra muitas pessoas, médium já é um mau rotulo, mas cada um tem liberdade de ver o mundo como quer. Nos meus estudos, a mediunidade é uma condição congênita, ou seja, uma situação física, adquirida na formação do feto, que requer seus cuidados como qualquer outra condição com que se nasce. Pode ser encarada como peso ou livramento, depende de como você decida olhar para isso. Eu sofri no passado, sou extremamente feliz hoje e foi com uso da mediunidade que cheguei aqui, então, só médium, por favor.
Pra passar as minhas pesquisas em tom neutro, não estou afiliada a nenhuma religião em particular, mas posso falar sobre todas elas. Você sabe quem são os sufis, os siks? Eu sei. Estudar não só trás cultura , mas, no meu caso explica quem são os espiritos que vejo, como posso interagir com eles e mesmo se devo deixá-los se aproximar.
Sobre o kardecismo, os espíritas, infelizmente , tive minhas restrições, pois quando estava perdida dentro da mediunidade, disseram que só o que Alan Kardec e Chico Xavier escreveram era certo, o resto era espírito baixo. Não concordei com isso, nem que só deviamos falar com espiritos de humanos ascensionados. E os não humanos, como ficava? De fora. Então, eu estava fora da área deles, pensei. Anos mais tarde, soube de alguns centros que não eram restritivos assim, mas já estava no comprometimento com minha própria pesquisa.
Nada que exclua pessoas ou as rotule, ou limite, me atrai. Gosto de pessoas livres, autenticas, felizes, fazendo e arcando com as responsabilidades de seus próprios destinos. Então, sou médium , sim, mas só médium. Já é um rótulo, infelizmente, mas é denominativo e não pejorativo....para mim. Pra muitas pessoas, médium já é um mau rotulo, mas cada um tem liberdade de ver o mundo como quer. Nos meus estudos, a mediunidade é uma condição congênita, ou seja, uma situação física, adquirida na formação do feto, que requer seus cuidados como qualquer outra condição com que se nasce. Pode ser encarada como peso ou livramento, depende de como você decida olhar para isso. Eu sofri no passado, sou extremamente feliz hoje e foi com uso da mediunidade que cheguei aqui, então, só médium, por favor.
quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014
Ser médium na cidade e ser médium no interior.
Diferenças sentidas entre viver na cidade e viver na area rural para um médium:
É como dirigir carro "quase" quebrado: ele anda mas você desejaria que ele quebrasse de vez para não ter nem que tirá-lo da garagem.
Sono:
- na cidade, não consigo dormir por causa do barulho, das luzes, do calor e das dores no corpo. Médiuns são muito sensíveis a ondas sonoras, desde a música em alto volume até uma torneira pingando. Mesmo a vibração das paredes com o som alto das baladas era muito dolorido. Eu escuto o celular do apartamento vizinho tocando, então imagino que se alguém comparasse minhas queixas com a de um não-médium, o barulho a que me refiro seria o triplo do que normalmente reclamariam (buzinas, transito, bares). Luzes também são ondas e me sinto afetada por elas mesmo em locais onde diriam que está escuro. Então, a porra da luz do telefone fixo, é, aquela minúscula luzinha vermelha, incomoda. Imagina todo o jogo de luzes dos carros passando que nem dez cortinas sobrepostas resolveriam. Então tem o calor vindo de todo tipo de máquina : café, televisão, computador, rede elétrica, que é um calor cortante, mais a irradiação do calor que o material das paredes do prédio absorveram do sol durante o dia. Tudo isso eu sinto na hora de dormir. Aí vem a dor de cabeça, dor de junta, cólicas, e eu pergunto para o meu corpo : até tu Brutus! Tá do lado de quem? Ajuda aí, porra. A muda resposta do corpo físico me parece uma carta de aviso prévio.
- no campo, consigo dormir pesadamente. As dores de esforço físico não "machucam". A fibromialgia fica sob controle. Nem todos os médiuns tem fibromialgia, mas todos sofrem de dores, principalmente na coluna e na cabeça. Mesmo havendo vizinhança barulhenta e curiosa ( chamada DIVA - departamento de investigação da vida alheia), típica da cultura rural, não se compara a cidade grande. A luz do telefone não incomoda, o calor dos equipamentos e das construções é suportável .
Sonhos:
- na cidade, é difícil lembrar-se deles ao acordar. O conteúdo é quase sempre de 'limpeza" do cérebro organizando os fatos do dia. Provavelmente a qualidade ruim de sono afeta os sonhos, o que é uma porcaria para o médium. Não queremos lembrar de conteúdos espirituais sempre. O que acontece Lá, fica Lá, mas se os sonhos não são os mesmos dos tempos saudáveis (então você precisa de treino para saber o que é saudável para si ), aquilo que faria uma pessoa ficar doente em quinze dias, faz em dois, para um médium.
- no campo, não lembro dos sonhos ao acordar, ou faço com dificuldade, mas o conteúdo é pontual, específico, como um recado curto e grosso enviado para alguém que não quer ouvir uma mensagem. Aqui devo confessar que, entre todos os meios 'proféticos', estou deixando os sonhos de lado, pois para mim é entediante separar o conteúdo emocional, subconsciente, material de trabalho psicanalítico, conteúdo interiorizado e outras coisas que a psiquiatria gasta tempo para nomear (por que eles são pagos para fazê-lo e eu não), do que é realmente uma mensagem... E olha que depois de 42 anos eu consigo avaliar meus sonhos em dez minutos. Quer falar comigo? Entra na fila e bate na porta ... de dia.
Capacidade mental :
- na cidade, manter um foco é razão de muito sofrimento. Ao ponto de achar que é caso de revisar as doenças na família (Alzheimer, Esclerose, afins). Erros graxos como colocar gelo no armário e pano de prato na geladeira começaram a passar de ressaca para rotina. Isso geralmente é consequência de noite mal dormida, de onde se vê que m#rda é a tal da boa noite de sono.
- no campo, dois meses seguidos são suficientes para restaurar essa bagunça.
Comunicação com as "gentes mortas":
- na cidade, não recebo mensagens como de costume. Embora isso seja um sonho para mim, médium que não recebe comunicação tá doente, ou de castigo. Com certeza todas as ondas sonoras, luminosas, vibrações humanas e não humanas comprimidas em pouco espaço não ajudam a receber mensagem de ninguém.
- no campo, consigo mandar mensagens para os "gentes mortas" e recebo o volume normal, ou seja, quando eles querem ou acham digno de me responder. Como tenho que continuar com o trabalho nos livros, já vejo eles se aproximando calados, para encher a "caixa postal" de alegria.
Energia:
- na cidade, baixa total. Tenho certeza que , mesmo nos dias que consigo um sono aproveitável, umas três horas depois de acordar, se não tenho que ir na padaria ou feira, ela é consumida rapidinho em restaurar meu campo magnético, tipo Wolverine tendo a pele retirada cem vezes e recuperando outras cento e uma. Na hora do almoço já gastei todo açúcar e plasma do corpo e escutei "você está com uma cara péssima, vai dar um jeito nisso" cinco vezes. #amo muito tudo isso.
- no campo, se não há calor infernal, a energia restaura tranquilamente e com facilidade.
Ataques de pânico:
- na cidade. Quem nunca, né, teve medo. A maior parte dos médiuns tem medo crônico. Não dá para explicar tudo o que acontece no sistema mediúnico. Não dá para ter dez cientistas lhe explicando as minúcias da rotina de médium, mesmo porque eles vão lhe usar de cobaia para a maioria delas, já que a ciência está descobrindo as causas desses efeitos que nos acompanham a milênios... agora. Somadas as particularidades deliciosas da mediunidade estavam todos os acompanhamentos energéticos da vida 'moderna'. Era ataque de pânico todo dia. Não tenho como calcular o que acontece se continuo na cidade sem folga por muitos anos. Como os ataques são vários mas de pequena intensidade, dá para viver como gente 'normal', com muito sofrimento, muito "respira belo nariz, solta pela boca" muito floral de Bach (rescue remedy), mentalização... uma felicidade só.
-no campo, são poucos e curtos. Com certeza tem a ver com não ter o estado de atenção total , dia e noite, que a cidade grande coloca a todos, mas que comprime o médium a níveis inumanos.
Glicose e pressão sanguínea:
-na cidade, mal consigo ter uma semana normal. A dieta para hipoglicêmicos não funciona, só aliviava. Sinto que meu sistema fica louco ao ver a quantidade de energia que tem que produzir para suprir as interações mediúnicas e a demanda que a cidade pede.
-no campo, as quedas são espaçadas, mas, quando acontecem, são várias vezes em seguida, volto ao normal subitamente, ou seja, não tem hora para acontecer, dia ou noite. Está lá, não importa que maravilha da natureza provoque isso.
Embora saiba de coisas que podem ser feitas para diminuir os efeitos nocivos da poluição, não houve tempo para aplicá-las nas cidades que morei. Isolamento acústico custa caro e, embora existam soluções mais acessíveis, não cheguei a poder experimentá-las. Para o resto: ionizadores-umidificadores de ar, cores, aromas, exercícios de desintoxicação. Infelizmente, essas soluções não lhe acompanham na rua, e muito do que se faz diariamente não é dentro de casa. Chega ao ponto que para o médium não sofrer tanto e ter uma vida "normal", o que quer que isso signifique, o empenho e custo são tão altos que fica mais barato morar no campo.
Depois dessa experiência comparativa, fica fácil dizer a outro médium o que daria alívio, mas verdade seja dita, já tive de falar para médiuns bem jovens o quanto a vida para nós é restritiva, e que esteja preparado para que piore com a idade não só pela parte física, mas porque o tempo torna nossas capacidades mais fortes , então, mais vidas restritivas ainda. É pessoal, bem vindos ao clube nada seleto dos que vêem gente morta!
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